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“É uma conquista comunitária do nosso povo” diz Jonathan Batista, da CDD protagonista negro dos EUA

Na última sexta-feira (23), o bailarino clássico deixou de ser solista e foi anunciado como protagonista do Pacific Northwest Ballet


Por Thayná De Souza

28/09/2022 - 09:50

Cria da Cidade de Deus, favela localizada na Zona Oeste do Rio de Janeiro, Jonathan Batista, de 30 anos, se torna o primeiro bailarino negro a ocupar o posto principal em 50 anos da Pacific Northwest Ballet, sediada em Seattle, Washington, nos Estados Unidos. Na última sexta-feira (23), o bailarino clássico deixou de ser solista e foi anunciado como protagonista do grupo. É importante ressaltar que esta conquista vem com pouco mais de um ano de Jonathan na companhia de balé estadunidense.


O artista começou a estudar balé na Cidade de Deus, no projeto UNICOM, com a professora Viviane Carvalhal, onde permaneceu por 4 anos. “Eu era o único menino a fazer as atividades de dança, em particular o jazz e o balé”, conta.


Após isso, ele foi encaminhado para a Escola de Dança Alice Arja, em que passou 4 anos estudando o balé clássico até o momento em que recebeu uma bolsa de estudo integral para a escola do English National Ballet, em Londres, na Inglaterra.


O bailarino passou por sete companhias de balé como membro, onde desabafa que viveu e sentiu a resistência ao seu talento dentro desses espaços. Chegou a se ver, muitas das vezes, como um pioneiro, sendo o primeiro negro a ter oportunidades e representar em diversas produções.


“Hoje sinto-me com o coração preenchido por este momento tão especial em minha vida e na dança”, disse Jonathan. Ele enfatizou que a diversidade tem um papel importante em formar o balé clássico sobre o corpo negro. “As nossas falas, os nossos movimentos, a nossa cultura, e o talento que se manifesta a partir de oportunidades criados pelo mesmo! Este momento é uma conquista comunitária do nosso povo e da nossa cultura.”


“Estou eternamente grato por este momento. Um homem negro, nascido e criado na favela da Cidade de Deus, podendo mostrar aos nossos que é possível alcançar e conquistar dentro do balé clássico, é possível fazer um papel de príncipe, e também criarmos novos personagens e contar a nossa história. Celebremos a nós, por nós, e por mais histórias de sucesso!”, comemora.


Por Thayná De Souza

28/09/2022 - 09:50


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